Quilometragens avançadas em motores a 4 tempos

Fiquei um pouco indeciso entre criar este tópico nesta secção ou na secção de Dúvidas na Escolha. No entanto, embora fazendo parte de um processo de decisão de compra de uma mota, creio que se trata de uma discussão mais técnica e portanto optei por o colocar aqui. Se a moderação achar que pertence mais "à outra banda" por favor mova o tópico   

  

Sim, o bichinho da subida de cilindrada anda-me a morder as canelas há já uns tempos, como acontece com a maioria de nós. Meti-me na mota originalmente como medida de contenção orçamental, e realmente houve uma semente dentro de mim que germinou e não pára de crescer... E uma vista de olhos casual pelos sites dos principais fabricantes e pelo StandVirtual deixa sempre uns suspiros no ar.

Não me interpretem mal. Adoro a minha Roadwin. Tem-me ensinado muito, e com muita paciência e tolerância, e um dia que arranje companhia para ela certamente ficará em casa, que a LWS já puxou dos galões e vai ficar com ela   Mas faltam algumas coisitas para o dia a dia, e a subida de cilindrada é inevitável no próximo par de anos (graveto graveto...   )

  

Bem, voltando ao tópico... A minha Roadwin conta neste momento com perto de 14k km's, e nas motas usadas que tenho visto nos sites de especialidade tenho sempre limitado o número de quilómetros a 15k km's, mas mais por uma questão de equiparação à minha situação atual que outra coisa.

O bloco de um motor de carro faz facilmente 200k km's sem ter que ser aberto e retificadoj (desde que seja bem cuidado, claro). Qual é o "número mágico" para um motor mais rotativo a 4 tempos? As opiniões divergem muito. Tenho ouvido 40k, 60k, há quem diga que faz 100k sem problemas. 

Qual é a vossa experiência? Comprar uma mota usada com 60k km's é um tiro no pé?

(e antes que me venham com clássicos, e quilometragens de 200k, estou a referir-me a motores que nunca tiveram que ser abertos e retificados, algo que custa dinheirinho)

Está aberta a discussão  

A minha CBF tem cerca de 62000. Comprei pois conhecia o dono, ele quase que estimava mais a moto que a mulher, e as manutençoes sempre foram feitas no primo dele Motoboxe.
Conheço um amigo que tem uma RR da Honda levou agora um motor. Porque? Anda sempre a derreter com o ponteiro do velocimetro colado acima dos 280 km's H e com a roda no ar. O motor tinha pouco oleo, o resultado ficou a vista. Acho que comprar moto com mais km vai sempre depender de onde vem e nao dos kms

Boas! De motos ainda não posso dar opinião pois ainda não conheço este mundo! Agora eu preferia um bmw(como o meu) com 210mil que um citadino com 50 mil, ou preferia um carro bmw, audi ou mercedes já com o motor aberto e arranjado na marca do que um citadino com 100 mil.
Ou seja prefiro um carro de marca premium usado com uma kilometragem avançada, do que um carro citadino com uma kilometragem baixa, de carros, já tenho opinião até porque já vou no meu 6° veículo de 4 rodas!
Seguindo o raciocínio, se subires de cc procura uma de marca premium, uma oficina de confiança e nào deves ter chatices! Se a mota for boa,mas estiver muito usada, se negociares bem, deves conseguir dinheiro para uma boa reparação na marca! Tudo pode ser restaurado, desde que seja feita por profissionais, daí levarem mais que muitas oficinas de esquina!
Espero ter ajudado!

Olá Pessoal.

Claro que esta questão é sempre dependente de um bom tratamento do motor. De nada serve por exemplo usar sempre o melhor óleo de motor quando não se dá tempo para o motor trabalhar à temperatura de serviço antes de o usar em regimes mais altos, ou algo do género. Infelizmente comprar usado é sempre uma incógnita quanto ao tratamento que o veículo levou no passado, mesmo que tenha um livro de revisões todo bonitinho e na marca.   

Quanto à questão da marca eu compreendo a que te referes. O carro que tive com maior quilometragem foi um BMW *qw* E36 que quando saiu das minhas mãos com ~280k km's nunca tinha sido aberto e apenas tinha uma válvula a bater. Nunca deu grandes chatices (tirando o desgaste normal, embraiagem, etc).

Quando um dia adquirir uma mota de maior cilindrada estou a considerar as marcas grandes (Honda, Kawa, Suzuki, Yamaha, BMW tb embora seja um tipo de mota menos alinhado com as minhas necessidades) mais porque pretendo que seja um investimento que me dure 3-5 anos sem grandes chatices, e porque quase de certo será uma usada. Claro que há sempre "ovelhas negras" mesmo dentro das boas marcas, mas de forma geral a qualidade de contrução costuma ser superior, e conto que com quilometragens superiores esta diferença seja chave para que a mota continue a fazer muitos e bons quilómetros.

A noção que tenho de algumas conversas é que um motor a 4T bem cuidado e de uma destas marcas reputáveis faz normalmente e sem problemas pelo menos 80-90k km's sem ter que ser aberto.

O motor ser mais rotativo não afecta em nada a durabilidade do mesmo...

A única coisa que diferencia mais os motores de mota é o facto de serem mais compactos, mas se bem tratato dura os km's que forem precisos  

Snap escreveu:A minha CBF tem cerca de 62000. Comprei pois conhecia o dono, ele quase que estimava mais a moto que a mulher...

Ora aí está a chave da questão! As motos devem ser tratadas com muito carinho tal como as mulheres  

Sem dúvida, e todos sabemos que 20k numa super-desportiva podem ser bem mais "pesados" que 40k numa estradista.

Ahahah foi por isso que vindo agora mesmo do supermercado escolhi óleo Fula para a LWS em vez do mais baratucho marca branca       

(por acaso foi mais por causa de supostamente minimizar o aroma a fritos   )

Correndo risco de falhar, penso que uma mota que tenha apenas 1 registo e 3 ou 4 anos, tem, pelo menos em regra, a indicação de que o plano de manutenção foi respeitado e feito na marca, por forma a não perder a garantia. Mais do que isso, é sempre uma incógnita.
Mas há grandes máquinas mais velhas... é uma questão de sorte ;)

Quando tirei a carta a minha escolha foi precisamente essa, uma mota que não ficasse cara e que me desse em principio boas garantias de fiabilidade. Na altura a minha escolha recaiu numa Cb500 já é o que as escolas de condução usam e usam por isso se elas aguentam nas escolas de condução onde passam pelas mãos de toda a gente seria uma boa escolha.
Aparentemente estaria a volta de 28.000 mas não tendo livro de revisões só por o aspecto desta é que podia confiar, mas dado o estado de conservação e esta estar toda original, (não havia indicios de alterações) arrisquei na altura e fiquei bem servido até me desfazer desta. A unica coisa que levou foi um radiador mas esta já era de 97 se calhar já estava na altura.
Quanto ao resto posso dizer que tem um motor cheio de força mesmo com dois, só a posição de condução é que pode ser menos confortável (é uma naked.....)

Aqui continua ela, foi uma pena mas não dá para ter as duas.

http://www.speedcity.pt/index.php?option=com_djcatalog2&view=item&id=189%3Ahonda-cb500&cid=4%3Amoto-estrada&Itemid=54

ora bem, a opinião de quem tem uma GTS com 73 mil km.

Muito sinceramente, mais importante do que a quantidade de km que um motor tem, é sim a forma como foram feitos.

Dando o meu exemplo, a Valentina tem 73 mil km e não gasta óleo! Penso que isto diz tudo da qualidade do motor e acima de tudo da forma como ando com ela apesar de nestes 4 anos ter levado grandes esfregas, mas... quando digo esfregas tenho de referir que puxar por ela foi sempre feito com o motor à temperatura ideal, óleo a nível e dentro do prazo, etc etc. E claro não fazer Lisboa/Porto a fundo!

Sim, um motor de 264 cc com mais de 70 mil km, como é óbvio apresenta algum desgaste e já se nota que tem menos força do que quando tinha 10 ou 20 mil, como é óbvio.

Agora, comprar uma moto em 2ª mão com poucos km, não significa que seja melhor compra que uma com 100 mil km isto pq, basta irmos a uma qualquer concentração de motos para vermos o que certos FDP, fazem a motos novinhas em folha ou quase. Acelerações continuas ao red line com a moto parada, ráteres atrás de ráteres, etc, etc. Ora, estes meninos, compram a moto, nem rodagem fazem, rodam com elas poucos km e depois vendem-nas e claro.. são motos novas ou com poucos anos e acima de tudo com poucos km, exatamente aquilo que quem compra uma moto em 2ª mão procura e compra sem saber que aquele mota quase nova, já levou um tratamento que a outra moto, com 60, 70 mil km, ou até,
 mais nunca levou!

Por isso é que digo sempre que comprar uma moto em 2ª mão é uma autentica lotaria pois, ou conhecemos de onde veio, ou então...

a minha antiga companheira (125cc)fez só 82000kms   e continua a bombar 

Penso que tudo se resume a isto:

Seja uma 125 ou uma 1000, acima de tudo e mais importante do ter poucos ou muitos quilómetros, o mais importante é termos sorte em relação ao seu antigo proprietário, pois a moto pode ter até 100 mil km, mas se foi bem estimada, estão garantidos muitos mais km sem problemas. 

Agora se o dono é um daqueles "assassinos de mecânica", a moto até pode ter apenas 5 mil km, que será sempre uma má compra!

rei do alcatrao escreveu:a minha antiga companheira (125cc)fez só 82000kms   e continua a bombar 

a mesma ja foi vendida á mais de 1 ano,julgo k esta á venda no olx

veiga escreveu:Penso que tudo se resume a isto:

Seja uma 125 ou uma 1000, acima de tudo e mais importante do ter poucos ou muitos quilómetros, o mais importante é termos sorte em relação ao seu antigo proprietário, pois a moto pode ter até 100 mil km, mas se foi bem estimada, estão garantidos muitos mais km sem problemas. 

Agora se o dono é um daqueles "assassinos de mecânica", a moto até pode ter apenas 5 mil km, que será sempre uma má compra!

O Veiga está na "mouche"! É uma lotaria, sem dúvida. Tive há muitos anos uma SuzuKi TS 50cc, que comprei com 1,5K Kms e que teve o motor aberto ao fim de 1 mês..., mas a minha Casal de 5, artilhada (nem sei quantos Kms tinha), usada na estrada e na terra, sem piedade, nunca falhou... Bom, partiu o quadro na pista de motocross do Alqueidão... mas isso é uma outra história ;) Ai a juventude hehehe!
No entanto, uma mota mais nova, se foi cuidada da mesma maneira que uma mais velha, estará, à partida, em melhores condições (há questões de durabilidade, peças de desgaste, etc., que não dependem em exclusivo do uso cuidado, mas que podem encarecer e de que maneira a compra).
Frase da treta para ,dizer que: Se vais para 2ª mão, tenta saber o historial da mota, para evitar surpresas e, se correr mal, tens que te aguentar à bronca.  Boa sorte companheiro!

Por acaso tive esta conversa hoje com o mecânico responsável da honda.
E o que ele disse mota para a cidade 125 sem duvida melhor que se pode ter, mas se mete muita autoestrada acaba por fazer moça no motor tão pequeno (ainda mais por cá), chegou-me a dizer quase que eram motas para 3 a 4 anos e se fosse para durar mais anos os níveis e as revisões do óleo tinham que ser praticamente religiosas e mesmo assim muitas estão a dar problemas.

Perguntei-lhe se havia diferença da honda para as sym ou megelli (pois a oficina oficial das marcas é a mesma) e ele disse que as hondas 125 também estavam a dar problemas nesta área, que "supostamente" não deviam acontecer tão frequentemente em motas com o nome "honda" (também nada é inaliável mas pela sua postura pareceu-me uma situação "normal" de mais até)

Tenho o exemplo a minha cbr com 13k e motor grilhado, e como a minha sei de pelos menos mais duas cbrs com o mesmo problema uma delas a bater os 40k.

Muita coisa conta desde a própria mota ao estilo de condução até ao lugar onde elas passam mais tempo.

Olá a todos hoje em dia muita malta que compra motos 125 é para o dia à dia e para fazer muitos km mas deve haver muitas diferenças entre as 125cc senão não teríamos motos dos 2000€ a mais de 5000€, quando andei à procura de uma 125cc num stand da honda perguntei se era motos fiáveis para fazer muitos km e quem la estava disse-me que tinham algumas Honda PCX 125 com 80 mil km de estafetas e a rolar se é verdade ou não já não sei.

Eu também não tenho uma grande opinião sobre os km que uma moto pode fazer pois também só conduzo desde 2009, a minha primeira moto uma Ducati Monster 696 modelo de 2010 vai com 25 mil km e está praticamente parada à cerca de 1 ano, a nível de motor diria que deve estar como novo, nunca abusei dela, fiz sempre revisão a tempo e horas no concessionário da marca, se a vendesse tenho a certeza que quem a comprasse iria fazer um bom negócio mas se calhar muita gente quando ouve 25 mil km pensa uiiiiiiii que isso já tem muitos km, a minha Segunda moto uma Suzuki Van Van 125 modelo de 2009 e comprada em Outubro de 2011 com 9700km fez até ao dia de hoje mais uns 15 mil km, é uma moto para o dia à dia e como faço cerca de 60 a 80 km dia como muita gente que tem 125 fará, será uma moto para em poucos anos fazer muitos km, faz as revisões a tempo e horas e vai rolar até parar, diria que não deve ser uma exorbitância mandar rever um motor daqueles um dia quando for mais velhinha ou der um problema por isso não me preocupo muito, a única coisa que me chateia é fazer revisões num tão curto espaço de tempo parece que estou sempre no mecânico :), espero que ela continue a rolar mais algum tempo sem dar problemas eheheeh, em pouco tempo recupero o dinheiro da moto em relação a vir de carro ou na Ducati para Lisboa, tenho ainda uma 3ª moto Honda CX 500 que comprei para restaurar/modificar e comprei com 70 mil km e ela rolava uma maravilha apesar dos seus 31 anos, digo rolava porque parte dela já esta desmontada :) para começar o lento processo de restauro.

A tudo isto tem que se juntar também alguma sorte :) 

Cumprimentos,

Miguel

bom post, muitas verdades juntas  

Psso dar a  minha modesta opinião no que diz respeito a este assunto, como é do vosso cohecimento faço por volta de 15.000 por ano e não são feitos em estrada aberta, muitos desses kms sao feitos em 2ª 3ª, se há coisa que eu considero sagrado sao as revisoes e os niveis do oleo pois no fundo tudo se resume á boa manutençao do motor para que este seja fiavel e duradouro, tive uma bws 50 que fez 45.000 sem dar problemas e a minha actual wr conta com 33.000 e até ver não me esta para dar chatices, por isso conven conhcer o historico da mota, tentar falar na oficina onde eram feitas as manutençoes pode ajudar muito.

A minha opinião é que, alem do tratamento que leva, também depende muito de motor para motor.
Existem motores bem desenhados e motores mal concebidos com fragilidades/vulnerabilidades, nada que umas pesquisas antes de comprar não exponham.
E claro, quanto mais simples menos por onde falhar...
A deuville de um amigo meu vai com 60.000 como se não fosse nada.
A xj600 da escola ia por volta de 30mil, suspeito que já tivesse dado a volta....

Penso que esta questão é de todo pertinente, visto que todos nós já estivemos na situação de optar por um veiculo novo ou usado.

Na minha modesta opinião, que optei por comprar a mota usada, devido a esta ter apenas 921kms e com livro de revisões a comprovar, o risco de surgirem problemas inesperados é muito baixo tendo em conta os valores da compra, mas também pensei muitas vezes antes de me decidir se compensava, pois novo tem sempre 2 anos de garantia.

Portanto alguns pontos de análise que se devem ter na compra de um veiculo usado são:

a) Valor do negócio, pois pode compensar o risco, mas se for uma pechincha é melhor averiguar bem, nunca confiando;
b) Verificar com algum mediador de seguros se eventualmente já teve envolvido em algum sinistro;
c) Perguntar opinião ou mesmo levar mecanico, visto que já têm ouvido e olhos bem treinados para detetar situações anómalas;
d) comprovativos de manutenção, para não correr o risco de terem retirado kms;


Claro que existe mais pontos que se devem averiguar, tais como desgate dos componentes, pois pode indiciar que o anterior dono não teve o devido cuidado com a mota.

Mas penso que esta questão passa sobretudo pela avaliação monetária, que a vida não está fácil e quanto menos se gastar melhor...

    

Quanto aos kms, tudo depende como foram feitos, pois já vi carros a gasolina com 500.000 kms, o que é muito raro, e parecia um relógio o motor a trabalhar.

Já agora, tenho um amigo meu que tem uma bandit e nem conta kms tem, ou seja quando a quiser vender, basta colocar o conta kms e lá vai ela com poucos kms...

Espero ter ajudado....

 

 

eu estou nesta situação novo ou usado 30k e muito ou pouco depois de ler o tópico ainda fiquei mais indeciso lol

Boas, tirei agora a carta a1 e a minha maior duvida é a quilometragem. Acham uma UM DSR 125 com 16000km vale a pena? Ou será que são muitos quilómetros?
Obrigado!