corrente solta

Dissidente escreveu:Estive há pouco a esticar a minha corrente, que depois da revisão dos 12k, com 13k e picos já se nota alguma folga, e apercebi-me de algo muito estranho (pelo menos para mim): à medida que a corrente roda parece que estica e folga  

Verifiquei que os traços da chapinha de medição de ambos os lados do eixo estão iguais, e cheguei a medir a distância das roscas de aperto aos braços de suspensão.

Para tentar perceber que raio se passa cheguei inclusivamente a desapertar bastante o eixo para poder movimentar mais facilmente o eixo da roda nas escalas, empurrando a roda de forma uniforme e voltando a garantir que as escalas estão iguais e a medição das roscas também é igual. Ainda assim, rodando a roda a folga na corrente alterna entre as zonas da corrente, ficando bem mais esticada quando o pino de junção (ou lá como se chama a cavilha que junta os elos da corrente) está a meio do braço de suspensão.

Há aqui alguma coisa estranha que eu não percebo.   A mota não caiu nem levou nenhuma pancada que explique isto. Será que a vida útil da corrente está a chegar ao fim? Explicaria esta situação? Quando é que as Roadwins costumam trocar o kit de distribuição?

Vou deixar a mota encostada até ter uma ideia do que possa ser, e embora estivesse a evitar gastar dinheiro para a levar à oficina para ver isto (não seja nabice; ainda esta semana tive que trocar o alternador e bateria do carro... os meus bolsos estão doridos    ) vou esperar para ver se alguém tem explicação para esta situação, e à falta de ser azelhice minha lá terá que ir à oficina ver o que se passa. 

Boa tarde Dissidente,

A minha estava(está) igual.

O problema aí são elos presos, ou seja, elos que já não rodam e ficam bloqueados. Ao passar no pinhão da frente (devido a ser o mais pequeno) não conseguem acompanhar a curva (daí sentires a corrente a ficar mais solta/apertada à medida que a corrente se desloca).

Na Primavera passada aproveitei o mau tempo para desmontar toda a mota, uma das coisas que também removi foi a corrente. Encontrei 5 elos bloqueados. Com lubrificante e bastante esforço lá os consegui soltar outra vez, mas já voltaram a bloquear outra vez...

Na próxima intervenção vou investir numa corrente e pinhões.  

PS: Devido a essa situação o processo de esticar a corrente é um pesadelo! Prefiro que fica mais solta do que mais apertada (prefiro que fique mais solta nos pontos mais frouxos do que demasiado esticada nos pontos mais presos.)

Amigo Dissidente,

Isso é a corrente que está gripada.
Uma corrente gripada vai estragando o pinhão e a cremalheira, além de forçar o veio do motor.

Se é a corrente de origem, está na altura de trocares isso.
Uma corrente nova não é cara, mas dá algum trabalho a substituir.
Só o mecânico te poderá dizer se necessita de trocar o kit de distribuição por completo, embora em muitos casos, basta trocar a corrente.

Obrigado camaradas. Parece que o "mistério" da minha ignorância está resolvido (e fica para futura referência dos restantes camaradas). 

Entretanto a ler o manual da mota reparei no seguinte, na descrição da inspecção da corrente:

Gire a roda traseira lentamente. Pare e examine novamente a folga e a corrente de transmissão.
Repita esta acção várias vezes. A folga da corrente de transmissão deve ser constante. Se a folga for a adequada apenas em algumas zonas, isso indica que existem elos que estão danificados. Esta situação pode resolver-se com uma adequada lubrificação.

Embora tenha sempre tido cuidado de lubrificar a corrente aproximadamente a cada 1k km's (no início até em intervalos menores) e com lubrificante específico para correntes com o-rings, só recentemente a comecei a limpar também (em condições, com escova e produto, em vez de passar com pano). Não creio que seja dano de mau-trato mas sim desgaste normal. Apesar de depender do tratamento, condução etc. a única indicação de vida útil que encontrei sobre a corrente de origem da Roadwin foi a de um companheiro que a trocou aos 10k. A minha já passou os 13k, portanto estou a considerar a substituição em vez de passar parte do próximo fim de semana a alargar a corrente, procurar os bloqueios e lubrificá-los generosamente.

Espero que não seja coisa muito cara, a troca da corrente (pelo que tenho lido é recomendável trocar o kit completo certo?) mais mão-de-obra.   (aproveito e troco o raio da vela que com o tempo frio enquanto o motor está frio tb me desliga o motor... ainda é a vela de origem; aliás, de manutenção regular a mota ainda só levou óleo...).

O que acham companheiros? Isto é coisa para quanto, a olhómetro? 

Dissidente escreveu:Obrigado camaradas. Parece que o "mistério" da minha ignorância está resolvido (e fica para futura referência dos restantes camaradas). 

Entretanto a ler o manual da mota reparei no seguinte, na descrição da inspecção da corrente:

Gire a roda traseira lentamente. Pare e examine novamente a folga e a corrente de transmissão.
Repita esta acção várias vezes. A folga da corrente de transmissão deve ser constante. Se a folga for a adequada apenas em algumas zonas, isso indica que existem elos que estão danificados. Esta situação pode resolver-se com uma adequada lubrificação.

Embora tenha sempre tido cuidado de lubrificar a corrente aproximadamente a cada 1k km's (no início até em intervalos menores) e com lubrificante específico para correntes com o-rings, só recentemente a comecei a limpar também (em condições, com escova e produto, em vez de passar com pano). Não creio que seja dano de mau-trato mas sim desgaste normal. Apesar de depender do tratamento, condução etc. a única indicação de vida útil que encontrei sobre a corrente de origem da Roadwin foi a de um companheiro que a trocou aos 10k. A minha já passou os 13k, portanto estou a considerar a substituição em vez de passar parte do próximo fim de semana a alargar a corrente, procurar os bloqueios e lubrificá-los generosamente.

Espero que não seja coisa muito cara, a troca da corrente (pelo que tenho lido é recomendável trocar o kit completo certo?) mais mão-de-obra.   (aproveito e troco o raio da vela que com o tempo frio enquanto o motor está frio tb me desliga o motor... ainda é a vela de origem; aliás, de manutenção regular a mota ainda só levou óleo...).

O que acham companheiros? Isto é coisa para quanto, a olhómetro? 

Pois... Agora vem a parte pior...

- Pinhão de ataque (23801BA68900M1) 21,28€
- Cremalheira (41200BA1R300) 29,90€
- Corrente (40530BA40000M2) 132,06€

Isto é parte de um orçamento que pedi aqui há uns tempos a uma oficina "da marca".

Provavelmente vou acabar por comprar estas peças pela net (wemoto) para reduzir os custos.  

Embora o preço do pinhão de ataque e da cremalheira não me pareça caro, essa corrente está caríssima, a não ser que seja um modelo de muita qualidade.

Eu troquei a corrente da minha moto na última revisão, e ficou por um preço baixo (não consigo dizer o preço porque não tenho a factura comigo, mas a revisão completa ficou por 70€, com acessórios + mão-obra + IVA)
Esta corrente é bem melhor que a corrente de origem, já que passados 1000km ainda não alargou uma única vez.

Pede mais orçamentos para encontrares melhores preços.

Esse preço é o preço de uma corrente de O-ring!
A tua moto não debita tanto binario para que necessite de uma corrente desse tipo....



O MLopes tem razão.
Uma corrente que estica e encolhe a sua tensão há medida que a fazemos rodar é sinal de que tem os elos gripados. Outra maneira de ver o estado a corrente é, na zona da cremalheira e com a roda parada, tentar tirar a corrente dos dentes da cremalheira. Se a corrente esticar, mostra que existem folga entre elos, significando que está gripada.

Uma corrente apenas necessita de ser tensada para evitar que se saia do seu alinhamento e que não salte da cremalheira e pinhão de ataque. A corrente não se estraga com a estrada, arranques ou desacelerações. A corrente, no seu trabalho está sugeita a inercias que provocam que se liberte energia. Ou seja, a corrente aquece, provocando um desgaste prematuro e a consequente folga.
Ora, se esta for devidamente lubrificada, ela  vai ganhando uma folga derivada do uso normal.

Para que serve o lubrificante?

O lubrificante serve para limitar as inercias, absorver-las e refrigerar a corrente (corrente fria menos desgaste)

Quando se deve lubrificar uma corrente?

Esta deve ser lubrificada a cada 500km (+/-), quando a lavamos e quando ela estiver quente. Porque? Porque uma corrente quente dilui o lubrificante, tornando-o mais fino, permitindo que penetre melhor no interior dos elos, onde ele faz mais falta.
É melhor lubrificar a corrente ao final de um dia de curvas, que antes de sair para fazer as ditas curvas. A temperatura permite que lubrificante entre lá dentro dos elos, e depois com o arrefecimento da corrente, que este se condense e fique bem metido no seu interior. Quando voltes a andar na mota, a corrente está pronta para tudo e mais alguma coisa.

Outra coisa é o lubrificante a usar.

Este deve ser sempre adequado ao tipo de corrente, recomendando aqueles que na sua composição tenham teflon e que não sejam muito aderentes, para não serem como iman's no que respeita ao pó e areias.

Espero ter sido util!
Boas Curvas

LoneRider escreveu:Esse preço é o preço de uma corrente de O-ring!
A tua moto não debita tanto binario para que necessite de uma corrente desse tipo....

Exacto. As Roadwin vêm com uma corrente de O-rings de origem.

A questão não é tanto pelo binário mas sim pela longevidade. Uma corrente de O-ring vai sempre permitir um maior "descuido" do que uma corrente normal. Neste caso, vai ser preciso substituir aos 13.000km, com uma corrente normal já tinha acontecido.

Bem, enviei há pouco um e-mail para a RCV Motor a pedir um orçamento. Vamos ver... 

Zippo escreveu:

LoneRider escreveu:Esse preço é o preço de uma corrente de O-ring!
A tua moto não debita tanto binario para que necessite de uma corrente desse tipo....

Exacto. As Roadwin vêm com uma corrente de O-rings de origem.

A questão não é tanto pelo binário mas sim pela longevidade. Uma corrente de O-ring vai sempre permitir um maior "descuido" do que uma corrente normal. Neste caso, vai ser preciso substituir aos 13.000km, com uma corrente normal já tinha acontecido.

Sinto muito em discordar contigo....
Eu sou "gastador" de correntes do O-Ring's há muito tempo e posso dizer-te que as correntes deste tipo de elo são muito mais "frágeis" se te descuidas. O O-ring é um sistema composto por borracha e metal vulcanizado que permite mais elasticidade e menos atrito, sempre e quando não lhe faltes com a lubrificação e não a ponhas fora de ambito (por exemplo: num lamaçal). É uma corrente destinada há estrada, a motos que entregam muito binário e muitos cavalos há roda, nunca para o todo terreno ou desleixados, caso contrario duram menos que uma corrente "clássica".

Para a tua mota, pelas suas características, uma corrente "clássica" é mais que suficiente, requer menos manutenção e é muito mais barata. Por outro lado, a gama de ofertas é muito maior, tendo correntes baratas e de qualidade.


Já agora, por curiosidade, uma corrente "metálica" (como a da Dulcinea) durará mais de 20000kkm se bem tratada. Uma O-ring para a Maria das Curvas, uma X11 de 141cv e 1137cc, dura entre 25000 e 30000km com muitos cuidados no que concerne há manutenção/limpeza.

Pessoal, as minhas desculpas por não ter atualizado o seguimento desta questão. Foi uma altura complicada em termos de disponiblidade e confesso que acabei por me esquecer. Sempre que me lembrava de atualizar não podia.     

Bem, lá dei um salto à RCV para verem o estado a corrente e o primeiro comentário fez-me sorrir "já vi correntes bem piores!"   

Disseram-me que a corrente ainda fazia uns km's mas se quisesse podia-se trocar já. Ora, todos sabemos que com este frio o dinheirinho não deve apanhar frio e ficar quentinho no bolso (eu que o diga...   ) e após ter confirmado que em termos de segurança não oferecia perigo, optei por tentar "esticar" até à próxima revisão (a dos *qw* km's, daqui a cerca de 2.5k km's). 

Até lá, esticar a corrente com a folga correta na posição mais esticada (sim, fica uma folga considerável na posição menos esticada, mas é preferível a corrente estar larga que partir. Continuar a lubrificar bem a corrente (especialmente com esta chuva toda), e evitar mudanças bruscas de velocidade (reduções especialmente, que são o que vai alargando a corrente; confesso que em tempo seco ultimamente andava meio... erh... "arisco" entre o trânsito   ; agora a chuva ajuda a ter tino, embora em termos de velocidade... eh pá, não consigo... a mota já anda pouco, quanto mais andar ainda mais devagar     )

E pronto, vamos lá ver se lá chega e quanto vai ser o "estrago".