A saga da troca do oleo

A cabeça do parafuso é sextavada. O problema é da qualidade do material. É como os plasticos da carenagem, ou da liga de aluminio/antimónio dos suportes dos patins. Qualquer jeito mal dado e partem. E do sitio onde está, que não dá para meter mais nenhuma ferramenta a não ser as chaves de bocas ou lunetas... senão metia-lhe o alicate de pressão e já não moia...

Ontem fui aquece-la um bocado e depois tentei novamente tira-lo. Mesmo com ferramenta adequada (tenho alguma, porque costumava fazer a manutenção dos carros mais antigos que tive) não saiu e ainda ficou mais moido. Acho que vai ter de ser à maneira antiga (com ponteiro e martelo para tentar rodar).

À pancada é que poderás piorar tudo, especialmente se esse parafuso for de material mole, como parece ser.

Tenta primeiro arranjar uma chave como a da foto abaixo.



Infelizmente já são difíceis de se encontrar à venda, especialmente as de boa qualidade. A da foto é chinesa e é tão boa que entortou junto à sua cabeça, quando uma vez fiz força com ela. Mas mesmo assim conseguiu tirar o parafuso.

Nem me tinha lembrado que tinha uma dessas para aqui metida. Mas como já está um bocado moido, nem com essa estou a conseguir. Depois de ver melhor, afinal tambem tem o filtro no mesmo sitio da lexmoto, eu é que não tinha visto bem...
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Se não conseguir tirar, não dá para meter por aqui pelo outro (foto)? Afinal o oleo é o mesmo para o motor e caixa, certo? Então para onde dá este parafuso?

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Olá, Ming

Desculpa a demora na resposta, mas estes últimos dias tem sido muito sobrecarregados. Já sinto saudades das minhas férias que tirei em julho...

O parafuso que tiraste na parte de cima da carcaça que tem a cambota e a caixa de velocidades (o que se vê na tua última foto) é o local onde verificas se a cambota está no top dead center, o que pode ser necessário para ajustar válvulas ou para substituir a(s) corrente(s) de comando. A questão é que esse lado do topo da cambota, onde geralmente está o alternador, pode ou não ter óleo. Se o alternador dessa mota for dos que trabalha dentro de óleo, sim, podes meter o óleo pelo buraco desse parafuso. Mas se o alternador da tua mota for dos que trabalha a seco, então não dá para despejar óleo por aí, visto que esse espaço não comunica com a parte do motor onde está o óleo.

Como se sabe se esse espaço tem óleo ou não? Em princípio é simples. 

Metes uma palhinha de plástico, daquelas de refrigerantes, por esse buraco abaixo e verificas se ela toca em óleo. Outro solução é inclinares a mota para esse lado e abrires a tampa lateral do motor, aquela com três parafusos de cruz e que fica imediatamente por debaixo desse parafuso que tiraste, e verificar se por aí sai óleo do motor ou se o vês abeirar o bordo desse buraco.

Infelizmente, e especialmente pelo facto dessa tampa só ser presa por 3 parafusos de cruz, parece-me que esse topo cambota, onde está preso o alternador, trabalha em seco.

Como fazer então para meter óleo no motor, caso não dê para meter óleo por aí?

Falei com o meu mecânico de motas (quando a coisa é complicada, é ele que me desenrasca), e ele disse que:

1 - Muito provavelmente, esse parafuso de atestar óleo era ou de plástico, ou se alumínio. Nesses casos, está fora de hipótese o usar-se uma chave sextavada estriada, tem mesmo que se usar uma chave sextavada que tenha realmente as seis faces, como a que mostrei na minha última foto.

2 - Quando o parafuso de atestar o óleo fica preso no lugar e o parafuso do outro lado, onde se verifica a marca da cambota do top dead center, dá para uma câmara seca (ou seja, o alternador não trabalha mergulhado em óleo), a solução é abrir a tampa das válvulas, no cimo do motor, e despejar o óleo lá para dentro. O inconveniente neste caso é que o óleo demora um bom bocado a descer para a cavidade onde está a cambota e a caixa de velocidades. Tem cuidado é para não meteres óleo para dentro da câmara de combustão, caso alguma das válvulas esteja aberta!

Se a cabeça desse parafuso está irremediavelmente moída, sempre podes experimentar a usar um alicate de pressão de pontas, como o que deixo na foto abaixo. Infelizmente, este que vai na foto é dos baratos. Tenho um outro alicate de pressão, daqueles com a boca normal, da USAG (esta marca parece que já faliu) e esse nunca me deixou ficar mal (também foi bué de caro!).

Sem problema, eu só tenho a agradecer a ajuda e paciência. Hoje é que estive a inclinar a moto para o lado direito e o óleo no nível apareceu logo escuro. Eu pensava que o que se via era o óleo claro, mas ou não era óleo nenhum, ou era a parte de cima do óleo limpa. Espero que o antigo dono tenha feito alguma mudança, mas até isso duvido. O parafuso que tirei tinha óleo por dentro, por sorte deve andar aí óleo, mas vou fazer como disseste. Ia mandar a uma oficina mudar, mas num dos sítios nem indicaram valor, no outro como as coisas estão, ainda punham pior. Eu tenho um alicate de pressão, o problema é o sítio onde está, não dá posição de jeito para agarrar. Tres hipóteses são desbastar as faces do sextavado ate ao tamanho a seguir inferior, que posso fazer, fazer um corte na cabeça de forma a desapertar tipo chave fendas, que posso fazer, ou soldar uma porca ou outro ferro no parafuso, que não posso, não tenho máquina de solda.
P.s. já tentei com ponteiro e martelo, não resultou... Parece soldada...

Cuidado que pelo que dizes, parece que o nível do óleo desse motor está baixo. Deverias ver o óleo preto na janela do nível. Óleo dividido em dois, um mais claro e outro mais escuro, é mau sinal.

Esqueci-me de dizer. A mota tem que estar perfeitamente na vertical, para verificares o nível do óleo. Infelizmente, nesse sistema de janela lateral para se ver o nível do óleo, bastal inclinar a mota muito ligeiramente para o lado oposto para o óleo deixar de ser visível nessa janela. De igual forma, se a mota estiver ligeiramente inclinada para o lado da janela, o óleo oblitera toda a janela, parecendo até que há excesso de óleo. Esse sistema de averiguar o nível do óleo típico das Yamaha é uma seca, especialmente se a mota não tiver um descanso central (e este não pode estar empenado!) e o chão tem que estar perfeitamente nivelado, coisa que muitas vezes não se passa na via pública ou em estacionamentos exteriores, onde o chão tem sempre alguma inclinação, para permitir o escoamento das águas da chuva.

Pois, o que eu pensava que era óleo limpo, não era óleo nenhum, pois ela estava inclinada para o lado esquerdo e ele não aparecia. Experimentei segura-la a direito e espreitar o nivel, e aparece logo preto. 
Fui à oficina da marca que vendeu a mota (LXL) falar com eles, por causa do sitio onde meter o óleo, e eles foram porreiros, disseram que não havia problema em meter pelo buraco do parafuso do lado esquerdo. Menos mal... há coisas que não se entende, esse parafuso que não se mexe com frequência, é de plástico, e o outro do outro lado, para meter o óleo, que se vai mexer mais vezes, é de metal!

Menos mal. Sempre dá para substituir o óleo. Mede o óleo que sai e atesta igual quantidade. Mete a mota direita e só depois atesta o necessário para ficar entre os riscos na janela de verificação do nível do óleo.

Se essa mota não tiver descanso central, considera a hipótese de comprares um macaco para motas. É uma peça essencial quando somos nós mesmo a fazer a manutenção das nossas "meninas".

Vou fazer um em madeira. Quem não tem cão... Já era para o ter feito, quando lhe mudei as pastilhas de trás, tive que tirar a roda, e tinha dado jeito. Agora vou substituir o disco, e tenho que tirar a roda outra vez e vai ser desta. Tens ideia de qual a pressão destes pneus? 110 e 140/60/17? E como se vê se a moto tem limitador e como tirar? Ela borra-se toda para chegar aos 90...

ming.impiedoso escreveu:Vou fazer um em madeira. Quem não tem cão... Já era para o ter feito, quando lhe mudei as pastilhas de trás, tive que tirar a roda, e tinha dado jeito. Agora vou substituir o disco, e tenho que tirar a roda outra vez e vai ser desta. Tens ideia de qual a pressão destes pneus? 110 e 140/60/17? E como se vê se a moto tem limitador e como tirar? Ela borra-se toda para chegar aos 90...

Geralmente, no resguardo de plástico da corrente está escrito a pressão dos pneus. Pode variar, mas costuma ser 2.2 bar para o pneu da frente e 2.3 para o de trás. Eu costumo por 2.3, seja no pneu da frente, seja no de trás, nas minhas 3 motas. Não me dou sequer ao trabalho de ajustar, na máquina de enchimento, a diferença de pressão entre pneu dianteiro e traseiro.

Quanto a limitadores de velocidade, essa tua mota é de carburador ou de injeção eletrónica? Se for de injeção eletrónica, a coisa é mais difícil. Se bem que se for de carburador, também pode não ser assim tão fácil. Um dos pormenores que pode fazer uma mota perder velocidade de ponta são as mexidas no escape, coisa que a malta gosta de fazer, pois sabem mais do que o engenheiro que concebeu o seu motor e respetivo escape. Há escapes alternativos que podem dar mais aceleração, mas que cortam o motor na força (torque) a altas rotações e, consequentemente, na velocidade máxima.

Cuidado com o esticar sempre a mota na velocidade máxima! Maus óleos ou óleos não mudados na hora certa, acumulados com muitos arranques a fundo com o motor ainda frio, pode ser o suficiente para um envelhecimento precoce do motor, especialmente com algumas motas chinesas. Isso aconteceu com uma Jianshe de um primo meu, que também não dava mais do que 90Km/h, e o filho dele, que era o condutor dessa mota e que tinha a mania que era o Guy Matin da paróquia, fez com que o motor começasse a dar problemas (sinais de falta de compressão e barulhos esquisitos) por volta dos 16 000Km. 

Eu diria que a maneira mais rápida de aumentar a velocidade de ponta uma mota, com menos possibilidades de danos, seria alterar a relação de dentes entre o pinhão de ataque e a cremalheira. Geralmente essa brincadeira faz-se só quando se muda a corrente. Tens que ter a noção de que talvez ganhes um pouco de velocidade de ponta, mas vais perder poder de aceleração quase de certeza absoluta.

E, como sempre, a maneira mais certa de se ganhar velocidade, sem aldrabices e sem possíveis futuros problemas de desgastes precoces, é... subir de cilindrada!

Have a nice day!

Bom dia. Finalmente consegui tirar o parafuso! Ontem, depois de a aquecer um bocado, e quando ia trocar o oleo, tentei novamente com um ponteiro e martelo, e lá consegui tira-lo! O oleo saiu todo preto. Se fosse cumprido o manual, teria mudado aos 5500km, portanto agora com 6300 o oleo não teria saido assim. Pelos bocados de lacre que estavam no bujão, e pelo problema do parafuso, palpita-me que nunca tinha sido mudado...
A mota é de injeção e catalisadores. Ela está a cortar às 10000rpm e ontem chegou aos 100km/h. Possivelmente ela ainda está muito presa, pelo facto de ter poucos kms e ter estado parada 2 anos. Ela já tem ficha OBD, deve ser por aí que se poderá alterar alguma coisa, ou só trocando o cdi com outro mapa mais desportivo. Mas não me vou meter nisso, nem aconselho, ainda mais em motores chineses. É mesmo como tu dizes, é subir de cilindrada.

Ainda bem que se resolveu. Eu geralmente não consigo tirar parafusos dessa maneira. Deve ser falta de jeito...  

É normal o óleo sair todo preto, mesmo estando dentro dos quilómetros previstos para a mudança. O mais importante era ter visto se o óleo tinha demasiados sinais de tons prateados, sinais de desgaste acentuado do motor (é provável que ainda tivesse alguns laivos de prateado numa mudança de óleo com ainda tão poucos quilómetros).

Já agora, uma chamada de atenção para todos os que lerem este tópico e possuírem uma mota de maior cilindrada. Muito cuidado com as alterações de motor ou de escape, em motores de gestão eletrónica! Essas alterações podem afetar o nível de CO2 no escape e não sei se as motas mais modernas não irão ter verificação de poluentes atmosféricos aquando na inevitável inspeção.

Ming

Um conselho que já aqui deixei antes!

Se pensares mudar de cilindrada (especialmente se fores para uma 600 ou mais), aconselho-te, se tal for possível, a primeiro comprares a tua "nova" (pode ser uma usada, daí as aspas) menina e, só depois de algum tempo, quando já tiveres a certeza de que não precisas da 125, desfazeres-te dela.

Eu desfiz-me da minha primeira 125, logo após adquirir a DragStar, e passado um mês ou dois é que me apercebi que uma 125 é algo que dá muito jeito para trajetos curtos e sem pressas. É muito mais leve de se manusear e poupa-se gasosa!

Esqueci-me de dizer!

Esse óleo já devia ter sido mudado antes, quase de certeza absoluta. O primeiro óleo, o da rodagem, geralmente é mudado por volta dos 500 a 1000Km e sai de cor prateada. Se nunca tivesse sido mudado, o mais certo era essa mota já estar a dar problemas de motor e o óleo não seria preto, mas sim de um cinzento prateado bem notório.

Muito provavelmente, quem mudou o óleo original não era verdadeiramente um profissional e apertou demasiado esse parafuso, como se tratasse do bujão do óleo (e até este não se deve apertar em demasia, mas sim na força recomendada pelo fabricante - geralmente à volta dos 24Nm, mas isto varia com o fabricante e modelo da mota).

Se queres fazer o motor durar, aconselho-te a usares o óleo recomendado pelo fabricante (geralmente não deve ser inferior a um 10w40 semi sintético ou totalmente sintético) e a mudares 1000Km antes do limite de quilometragem. Gasta-se mais um pouco de dinheiro, mas garanto-te que contribui para a longevidade do motor.

É o que faço nas minhas meninas.